quinta-feira, 12 de abril de 2007

O cheiro do ralo


Foda! Essa é a palavra que vem na minha cabeça quando alguém me pergunta sobre filme "O cheiro do ralo", segundo filme do diretor Heitor Dhalia. Ontem tive a oportunidade de assistí-lo na ótima companhia da minha linda mulher, na pré-estréia do filme aqui em Gôiania, com direito a champagne e petiscos (valeu Carol!!!). O longa foi baseado no livro homônimo de Lourenço Mutarelli, e por isso o protagonista, que na obra não tem nome, foi batizado com o do autor. Lourenço vive de comprar quinquilharias de quem precisa desesperadamente de dinheiro. Com o tempo, ele é dominado pela frieza e se diverte humilhando os humilhados e ofendendo os ofendidos. Entediado com tudo, ele decide também largar sua noiva (Fabiana Gugli), que não se conforma com o fim bem na hora em que ela tinha mandado os convites do casamento para a gráfica.
É nesse cenário que Lourenço vive, com um aborrecimento a mais: seu banheiro é dominado por um terrível cheiro, do ralo entupido. Com medo de que as pessoas achem que o cheiro vem dele, Lourenço avisa sempre: "Tá sentindo esse cheiro? É do ralo". No meio disso tudo ainda se apaixona por uma garçonete (Paula Braun) de uma lanchonete de quinta, na verdade apaixona-se por sua bunda, desenvolvendo uma relação que beira a esquizofrenia num desejo obcecado em comprar o par de glúteos da bela moça.
É aquele tipo de filme que todo mundo deveria ver, pois verbaliza pensamentos podres e neuroses humanas. Atuação fodástica de Selton Mello no papel de Lourenço, conseguindo magistralmente exalar toda a atmosfera suja é cínica que circunda seu personagem.
Uma ótima opção para quem quer fugir da mesmisse comercial.

Um comentário:

Philipe disse...

Muito bom mesmo.
Você também pensou que o bombeiro hidráulico ia esfregar a mão toda "esmerdalhada" nele?